domingo, 22 de junho de 2014

QUANDO A VIDA INSPIRA.

Uma grande amiga passou por uma situação complicada de saúde há dois meses atrás. Lutou bravamente, como a grande guerreira que é e hoje está se recuperando, cuidada por sua família e amigos de longa data que a amam muito. ( Eu não tenho visitado-a porque peguei uma gripe chatérrima e minha voz de pato não está me permitindo). Quando ela saiu do hospital contou-nos uma história linda sobre si mesma e seu marido. Fiquei com ela o dia todo na cabeça e me inspirei a escrever esse pequeno conto. ( É bom escrever com tanta inspiração diária, não é?)

                                                     
O AMOR QUE CURA

A enfermeira acaba de fechar a porta e aqui estamos nós: Eu, você e o pequeno grande filme da nossa vida. Você está tão serena que me é difícil acreditar que  dois dias atrás vivemos nossos momentos mais terríveis.
Te  vejo dormir ao meu lado há mais de vinte anos e hoje você está mais linda do que nunca : não parece nada frágil depois da cirurgia a qual pessoas que não te conhecem disseram que você não sobreviveria. Eu te conheço muito bem e mesmo sentindo o maior medo da minha vida nunca duvidei da sua força. Minha guerreira resistiria.
E como sempre você não decepcionou a sim mesma, deu a sua gargalhada maravilhosa para o pessimismo e já saiu da sala de cirurgia com os olhos abertos.Meus olhos queridos, a janela da minha alma.
Agora sinto novamente o coração no peito, o pensamento voltando ao lugar, a respiração ao ritmo normal e rio sozinho ao lembrar  do seu rosto quando me viu pela janela da sala pré- cirúrgica. Eu estava sem ar, mas jamais demonstraria. Só queria te mostrar que eu estava ali. Que sempre estarei aqui.
Suas mãos estão quentes como na primeira vez em que as segurei , louco de ansiedade para te beijar. Aquele foi o começo da nossa história cheia de alegria, dificuldades e batalhas gigantescas. Você, sempre a fortaleza a me apoiar, a ser o modelo para nossos filhos, enfrentou com graça e racionalidade admiráveis a sua, a nossa maior luta. Não caibo em mim de tanta felicidade.
  Minha mulher voltou e dorme o sono merecido de quem em dois meses viu o próprio mundo  virar do avesso, e agora eu pouco me importo com o incomodo nas costas por causa do sofá minúsculo.Ele não é  nada perto da dor que sentimos quando aqueles médicos não acreditaram em você.
 Queria que eles te vissem  agora.
Prometi  que estaria aqui quando você acordar. Quero  ouvir sua voz alta a me perguntar por que te olho com ar de bobo: Simples, porque a parte que me completa não me foi tirada. E  prepare-se,  agora a nossa história será reescrita com um personagem mais que principal : O dia em que ao vencermos a sua doença, vivemos de novo para a nossa eternidade.
                                               D.SConsiglio

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