domingo, 29 de junho de 2014

NOSSO TIME, MINHA HISTÓRIA.

Quando o Palmeiras foi rebaixado pela primeira vez e me perguntaram se eu não pensava em mudar de time respondi sem pestanejar:
- Você já pensou em mudar de família?
Parece exagero mas não é: Sou a caçula e única filha entre dois irmãos e pensar em nosso time de futebol é definir nossa extensão como família: Desde o hino alviverde cantado após os Parabéns a você nos aniversários, até a foto pregada na geladeira em que estamos vestindo nossas camisetas do Palmeiras, me sinto confortada com nosso pequeno território  futebolístico. É nosso e ninguém tasca, seja na série A, B ou C.
  Vivi, minha amiga e muito mais palmeirense que eu, me convidou inúmeras vezes  a conhecer a casa do nosso time: Foram vários domingos a recusar, até que deixei o receio de lado , pus minha calça jeans mais surrada, arrumei minha bolsa com um moletom para o caso de esfriar e o peito com o orgulho por finalmente poder dizer: Eu já estive no Parque Antártica.
Má, meu irmão do meio me aconselhou:
- Não vá de salto, e amarra uma blusa na cintura.
 Alê,o mais velho, pediu:
-Vai com cuidado.
E os dois concordaram:
- Você vai amar.
Não precisei da blusa, o sol estava a mil, mas se eu pudesse teria levado um coração de reserva: Enquanto subia as escadas para as arquibancadas  sentia as batidas do meu na boca. Ainda perguntei para a  Vivi se era normal. Ela riu
 Inocência a minha.
O Petkovic bem que tentou com seus dois gols estragar a adrenalina que me deixou rouca e com as pernas doloridas de tanto pular. Desculpe, Pet, mas a sensação ao sair do estádio,com as mãos sujas de pipoca doce, o cabelo bagunçado e o rosto vermelho por causa do sol(sim, esqueci o protetor solar)era de catarse total.Se a derrota do Palmeiras havia sido dentro de campo,fora dele eu me sentia uma vitoriosa.
Minha mãe estranhou tanta alegria quando cheguei em casa, já que os cariocas haviam nos vencido por 2X0, mas na verdade eu não me importava; eu perdoaria fácil o meu Verdão só pelo prazer de tê-los visto jogar.
Na minha lista de primeiras vezes inesquecíveis conhecer o antigo estádio do meu time ocupa um dos primeiros lugares. Aquele tipo de programa em que você esquece a vaidade, paqueras possíveis e só tem olhos para o campo e ouvidos para a própria emoção. Minha linda Vivi marcou um golaço pela nossa amizade ao me proporcionar um daqueles domingos para ficar na história.              
                                                                         D.SConsiglio










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