sexta-feira, 18 de julho de 2014

ABRA ESSA PORTA! - RESENHA SUICIDAS, RAPHAEL MONTES.

Suicidas foi entregue em minha casa por volta das duas horas da tarde dessa segunda. Hoje, é sexta-feira,  e as nove horas da manhã eu o terminei enquanto tomava meu café na padaria perto do meu trabalho. Surpresa, atônita, em choque.
Raphael Montes o escreveu quando tinha vinte e dois anos e com maturidade impressionante criou uma estória policial longe da estrutura clássica. Violenta, bem escrita, imprevisível.
Ritinha, Maria João, Lucas, Danilo, Otto, Waléria, Zak,Noel e Alessandro , as nove peças de um quebra-cabeças  chamado de caso  Cyrille´s house .Nove pessoas no auge da saúde e dos sonhos que resolveram se massacrar no porão da casa de campo milionária dos pais de Zak em uma roleta-russa.
 Teria sido desespero, imaturidade, medo diante dos divórcios dos pais, da doença de entes querido, de novidades inesperadas o que os motivaram a algo tão cruel?
Um ano depois, a delegada responsável pelo caso reúne as mães dos jovens mortos para  leitura das anotações de Alessandro( aspirante a escritor), buscando finalmente um desfecho para a investigação. Os registros das conversas são brutais, emocionam. Verdades   incomodas são ditas.Mães despejam suas dores, suas perdas, o choque do qual nunca se esquecerão.
Nada em  é o que parece ser. Confesso, em muitos momentos tentei me convencer  que minhas impressões sobre um outro personagem estavam erradas. Pais que usam pessoas como escadas para ter sucesso, mães permissivas demais, garotas e garotos promíscuos e interesseiros são mostrados de maneira claustrofóbica :Egoístas,arrogantes, interesseiros.Demasiadamente humanos.
E irresistíveis.
Aquino, um dos policiais que aparecem na trama pergunta a Alessandro até que ponto ele iria para defender um amigo.Além do meu olhar surpreso e minha risada nervosa ao ler o final mais uma vez surpreendente de um livro do Raphael outra pergunta também me assombrou : A que ponto as pessoas que mais amamos podem chegar ao serem acuadas pelas tragédias da vida?
Melhor você ler o livro e não pensar nisso. E torcer para que um grande produtor de cinema também.
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                                                     D.SConsiglio







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